terça-feira, 12 de abril de 2011

Sejamos Gays. Juntos.

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só :-)
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

EU APOIO

domingo, 20 de março de 2011

Errar, errar, todo mundo erra. Falar é fácil, difícil é entender suas dimensões. E se pudesse corrigir, corrigiria? Não valeria a pena tentar corrigir o que aconteceria. Mas existe destino? Ou isso é coisa de dentro da gente pra justificar atitudes irracionais? A resposta de cada pergunta é uma nova pergunta, como olhar-se num espelho com outro espelho, pode até achar que encontrou a última imagem mas dentro dessa ainda há outras mil.





Me diga você

Olhar pra trás e entender não seria possível. O que estava não está mais, partiu sem deixar rastros. Só resta emoção. Tudo é emoção. Não é possível dizer se é bom ou não. O que é bom pra você? Se tudo está certo, enoja. Mas se estiver errado, desespera. O bom é querer mais. Mais amor, mais chocolate, mais dinheiro. Ah! Queria ir de jatinho tomar chá na inglaterra. Todos querem meu amor. Ôpa!!! Põe a vírgula ai menina. O meu amor ninguém tira. Mas o que impede são as pequenas coisas, a risada depois do ciuminho e aquela ligação fora de hora. Preciso de dinheiro. Preciso pra comer, pra andar, estudar, viver. E se ainda fizesse sentido não seria interessante.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

esqueci o fogo acesso?

        sai de casa com um sorriso enorme no rosto e asas me carregando, o gosto e alívio de ter entrado na faculdade, mudado de fase. finalmente, depois de três anos de cursinho era o mínimo que eu podia fazer. era? foi o máximo de mim, o meu limite. não tinha mais forças pra acordar as oito da manhã, como conseguiria estudar? isso importa? talvez.
      não. eu passei. estou na próxima fase. mas a medida que a gente vai passando de fase o jogo vai complicando. isso não diminui a alegria de ter passado de fase, mas com o tempo a gente esquece que passou e se concentra no próximo desafio, e como está difícil passar por esse fogo sem morrer queimado.
     o desespero te puxa pela perna quando você lembra do chefão. e você começa a perder suas vidas com coisa boba e reza pra que esse jogo salve e você possa voltar de onde parou. mas esse jogo não salva, não existe volta, só continuação.
     eu queria expressar o meu sentimento de esquecimento, de incompleto, quando tudo na minha vida está no lugar certo. e eu falei de videogame. acho que a vida é assim mesmo, a gente tenta, tenta, tenta ir por um caminho e acaba em outro. só espero saber lidar com as tombadas nesse novo caminho, e espero não ter esquecido o fogo acesso pra poder voltar para a minha casa e não para as cinzas.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fly me to the moon

Espero que o dito cujo não fique chateado com esse post. Fly me to the moon do Sinatra é uma das minhas músicas prediletas, não era, agora é. Eu me apaixono por uma música não por ela em si, mas pelos momentos que ela me faz lembrar. Músicas me lembram momentos, é como apertar o play da minha mémoria. Algumas músicas não me lembram nada, nadinha, eu posso escutar a mesma música mil vezes e nada acontece. É como beijar alguém por quem você não tem sentimentos, é vazio. Fly me to the moon era uma música vazia pra mim. Eu tocava no piano, e nada. Eu escutava no computador, e nada...
                                                   
Até o meu aniversário, quando um grande amigo me deu o amor a essa música de presente. Fim de festa (de balada), hora de ir para casa. Estava eu, dirigindo o carro do dito cujo (eu nunca tinha dirigido nenhum carro que não fosse o meu antes, eu considerei isso outro presente, a aventura de fazer o implanejável) enquanto o dito cujo sentava no banco de trás com uma amiga nossa. Silêncio e uma voz aparece e vai. Silêncio e a voz volta mais forte: fly me to the moon... e parava nessa frase. Então, ousadamente, decidi continuar eu mesma: -and let me play among the stars. No final, cantávamos um dueto com duas frases da música e foi lindo. Agora , toda vida que escuto essa música lembro do meu amigo e da pureza daquele momento. Agora, eu adoro essa música e eu só tenho a dizer: Obrigada. Obrigada pelo presente, meu amigo. 


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Metalinguisticamente falando..

Começar falando o que é pretruna. Não, eu não estou explicando pra vocês, mas pra mim mesma. É fato que daqui a poucos dias eu não vou fazer a mínima idéia do que significa pretruna, e irão me perguntar, e irão insistir argumentando que o meu objetivo ao não dizer o significado de pretuna é fazer mistério. Doce mistério, tanto mistério que me afoguei, e o mistério virou esquecimento. Ou não, eu, provavelmente, esquecerei. Sem doçura nem poesia, só o simples esquecimento cotidiano.
                                       
Pretruna não é uma Deusa. Pretruna não é uma mulher forte. Pretruna não é uma mulher. Pretruna é uma palavra, apenas. Pretruna é o resultado de uma tradução. Traduzindo contradição para o idioma letão, encontraremos Pretruna. Quem melhor para me descrever do que ela? Ela, que não é nada mas carrega consigo toda uma definição. Definição de uma vida talvez, da minha vida talvez.